Caminhando no sentido oposto ao da maioria dos municípios brasileiros que enfrentam uma grave crise financeira, o município de Boraceia está dentro de um seleto grupo de cidades que pagará o 13º salário dos funcionários em dia.
O pagamento será creditado na conta do servidor no dia 30 de novembro, de forma integral, ou seja, numa parcela só, junto com o pagamento do mês.
O recurso a ser utilizado para que o município quite o pagamento do benefício vem de um planejamento econômico executado pela Administração Municipal durante todo o ano de 2016.
A parcela repassada ao município pela repatriação, recursos arrecadados com o processo de regularização de ativos mantidos por brasileiros no exterior, também colaborou para que o 13º salário dos funcionários possa ser pago em única parcela.
Entre o pagamento do salário e do benefício do 13º à prefeitura deve depositar um valor em torno de R$ 1 milhão nas contas dos 230 funcionários públicos. Esse dinheiro deve aquecer a economia do município.
Boa parte dos servidores tem na ponta da língua o que pretendem fazer com o dinheiro. A prioridade é colocar as contas em ordem com uma parte do dinheiro e o restante utilizar nas compras de final de ano.
De acordo com Silvia Cândido, contadora do município, o município deverá despender de uma quantia aproximada de R$ 2 milhões incluindo o pagamento dos impostos com o INSS. “Graças ao planejamento econômico adotado pelo município com contenção de gastos e aplicação racional do dinheiro arrecadado estamos conseguindo fechar o ano com o pagamento dos servidores em dia”, afirma Silvia.
A prefeitura deve encerrar o ano contábil no primeiro semestre de dezembro quitando todos os pagamentos dos fornecedores. “A queda nos repasses tem atrapalhado bastante o andamento econômico do município, por isso, a adoção desse plano econômico que aponta as prioridades”, lembrou o prefeito Marcos Bilancieri.
“O ano todo sofremos com as perdas e quedas no repasses tanto do FPM (Fundo Participação dos Municípios) com do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias) se compararmos os valores recebidos há três quatros anos atrás estamos com um déficit que ultrapassa os R$ 2 milhões”, completa.
“Temos outro agravante relacionado à queda de arrecadação. Nossa cota do ICMS caiu de 0,28 para algo em torno de 0,25 o que representa algo em torno de R$ 60 mil a menos nos cofres dos municípios todos os meses”, conclui.
